domingo, 2 de outubro de 2016

por trás das voltas desse laço
três ponteiros sorrindo às idas
desse tempo máximo
são cinco meses de meta mista
desde trinta e tantos tons de dias
castanhos em evolução
miragem sem insolação
decerto do deserto de sim ou não
concretos

é meu peito que frente ao seu
bate mecânico
só bomba bomba bomba
bomba bomba
e segue sangue sem cadência
batidas compostas
ansiando o velho um dia dito quadril
em diminuto quadrado inho
me segue a lombra lombra
lombra lombra lombra
do não haver espaço tempo fértil
pra se causar ou demorar curtindo

é muito riso pra pouco dente
à exceção de quando esquece a marra cheia
e desliza à graça dos cartuchos tímidos
denominados pente
é preguiça cômica chegando às crônicas
desse olhar dizente
às vésperas do banquete
promessas de deleite
talheres por enfeite
teu sorrir dissimulado
cravando agudos
versos roça dentes
que tu pagou pra ver ê ê ê ê ê ê

duas línguas em duas bocas
poucas dúvidas no caminho
era ninho o que faltava
pra essas rimas passarinho
tanto gosto em pouco gosto
tanta guerra em neutro rosto
tanto caso por acaso
se diz: causo
eu descoiso

tan-tanto beat batidão
fun-funk-funk frevo axé
po-por demais querer aqui
nesse swing bem me quer
frente à frente
carnaval

meu peito escola de samba
abrindo bélico
à caminho da apoteose

nossa nota nove

Eduardo Dias